Maukie - the virtual cat
segunda-feira, 28 de outubro de 2013
Físicos propõem que espaço é formado por “átomos de espaço”
quarta-feira, 17 de novembro de 2010
Neandertal era mais promíscuo do que ser humano moderno, dizem cientistas
quinta-feira, 14 de outubro de 2010
Cientista cria máquina que permite experimentar comida virtual '
quarta-feira, 15 de setembro de 2010
Tabu da virgindade feminina veio com a agricultura, diz cientista
terça-feira, 10 de agosto de 2010
Nasa descobre evidência de vida em Titã, lua de Saturno
Pesquisadores basearam-se em estudos da missão que estuda o planeta. Organismos vivos poderiam estar se alimentando de hidrogênio e acetileno.
acreditam ter descoberto evidências de que espécies primitivas de seres vivos poderiam estar morando em uma das luas do planeta. Isso porque a missão analisou a composição química na superfício da Titan, a única lua de Saturno com uma atmosfera densa, segundo especialistas. A conclusão partiu do questionamento sobre a variação na quantidade de hidrogênio e acetileno em Titan, que poderiam estar sendo consumidos por organismos vivos. Um dos estudos mostrou que moléculas de hidrogênio da atmosfera da lua estavam sumindo quando chegavam à superfície.
Outra pesquisa mapeou os focos de hidrocarbonetos na região e descobriu "buracos" na quantidade de acetileno. Segundo os cientistas, as substâncias serviriam de alimento.
De acordo com os pesquisadores, se a hipótese for confirmada, ela representaria uma segunda forma de vida no universo, independente da ingestão de água, como é na Terra. A partir de análises de lagos observados na lua de Saturno, os cientistas concluíram que pelo menos um deles contém hidrocarboneto na forma líquida. O resultado tornaria Titan o único local no sistema solar, além da Terra, a ter líquido em sua superfície, dizem os pesquisadores.
FONTE:http://g1.globo.com/ciencia-e-saude/noticia/2010/06/cientistas-da-nasa-descobrem-possiblidade-de-vida-em-saturno.html
Cientistas descobrem marcadores genéticos de longevidade
Cientistas americanos e europeus descobriram marcadores genéticos que poderiam explicar por que algumas pessoas conseguem viver mais de cem anos.
Paola Sebastiani, do Departamento de Bioestatística da Escola de Saúde Pública em Boston, e colegas estudaram os genomas de 1.055 pessoas com idades maiores ou iguais a cem anos e 1.267 pessoas no grupo controle. Os cientistas identificaram marcadores genéticos bastante diferentes entre os dois grupos.
"Cremos que a velhice saudável reflita a influência conjunta de fatores ambientais, incluindo escolhas sobre o estilo de vida, e fatores genéticos", afirmam no artigo.
Entre os componentes do estilo de vida identificados estão exercícios físicos e consumo de cigarros. Fatores genéticos, porém, também são importantes uma vez que pessoas longevas são mais comuns em famílias com precedentes.
O novo estudo, publicado na revista "Science", quantifica a contribuição da genética. Os cientistas desenvolveram um modelo que calcula a probabilidade de que uma pessoa chegue a uma certa idade baseada em 150 marcadores genéticos.
A expectativa de vida em países desenvolvidos é de 80 a 85 anos. Com base no modelo, o grupo prognosticou, com 77% de acerto, se uma pessoa irá viver até os 100 anos de idade.
As descobertas, realizadas por pesquisadores da Universidade de Boston e do Instituto de Tecnologia Biomédica da Itália, abrem caminho para que pessoas saibam no futuro se têm o potencial para viver muito.
Estudos futuros com esses marcadores também poderiam lançar luz sobre padrões específicos de envelhecimento saudável e poderiam ser úteis no desenvolvimento de tratamentos médicos especializados.
FONTE: http://www1.folha.uol.com.br/ciencia/760307-cientistas-descobrem-marcadores-geneticos-de-longevidade.shtml
Cientistas se aproximam da 'partícula divina'
Cientistas que trabalham com aceleradores de partículas na Europa e nos Estados Unidos disseram nesta segunda-feira que podem estar se aproximando do misterioso Bóson de Higgs, a "partícula divina" que supostamente foi crucial para a formação do cosmos após o Big Bang.
Pesquisadores do Grande Colisor de Hádrons (LHC), gigantesca máquina científica perto de Genebra, na Suíça, disseram que em apenas três meses de experiências já conseguiram detectar todas as principais partículas envolvidas no nosso atual entendimento da física, o chamado Modelo Padrão.
Rolf Heuer, diretor-geral do Centro Europeu de Pesquisa Nuclear (Cern), responsável pelo LHC, disse na Conferência Internacional sobre a Física de Alta Energia, em Paris, que as experiências transcorrem mais rapidamente do que se esperava, entrando num estágio em que uma "nova física" irá surgir.
Isso pode incluir a aguardada prova da existência do Bóson de Higgs e a detecção da matéria escura, que supostamente constitui um quarto do universo, junto aos 5 por cento observáveis e 70 por cento de energia escura invisível.
"Este é um universo escuro, e espero que o LHC ... lance pela primeira vez luz sobre esse universo escuro", disse Heuer. "Isso vai demorar."
O LHC é um túnel circular de 27 quilômetros que cria pequenos Big Bangs ao provocar a colisão de partículas. Na atual etapa, as colisões ocorrem a cerca de metade do seu máximo nível energético -- 7 tera-elétron-volts (TeV).
A máquina deve chegar perto dos 14 TeV a partir de 2013, aproximando-se das condições do Big Bang, a grande explosão que criou o universo, 13,7 bilhões de anos atrás.
Cientistas de um projeto mais antigo e com menos energia, o acelerador de partículas Tevatron, perto de Chicago, disseram na conferência que reduziram o intervalo de massa possível para o Bóson de Higgs em cerca de um quarto, com uma confiabilidade de 95 por cento.
Mas eles ainda não são capazes de alcançar a região de baixa massa onde muita gente crê que o Bóson de Higgs "vive." Trata-se de uma partícula energética teórica, que muitos cientistas acreditam que ajudou a conferir massa para a matéria disparatada lançada pelo Big Bang.
Apresentando resultados do LHC, um projeto de 10 bilhões de dólares, os cientistas disseram que aparentemente detectaram pela primeira vez na Europa o Top Quark, uma enorme e efêmera partícula antes só identificada nos Estados Unidos.
"De agora em diante, estamos em um novo território", disse Oliver Buchmueller, pesquisador graduado do Cern. "O que vamos fazer é efetivamente voltar no tempo. Quanto mais elevarmos a energia, mais perto chegamos do que estava acontecendo no Big Bang."
FONTE: http://br.noticias.yahoo.com/s/reuters/mundo_ciencia_particulas_fisicas
segunda-feira, 7 de junho de 2010
A estranha visão dos cegos
por Beatrice de Gelder O vídeo que meus colegas e eu gravamos é incrível. Um homem cego caminha por um longo corredor repleto de caixas, cadeiras e artigos de escritório espalhados. Conhecido no mundo médico como TN, ele não sabe que os obstáculos estão lá, mas mesmo assim se desvia de todos, esgueirando-se cuidadosamente entre uma lixeira e a parede aqui, circundando um tripé de câmera ali; tudo isso sem se dar conta de que fez manobras especiais. TN pode não enxergar, mas ele tem a visão cega – a notável capacidade de responder ao que seus olhos detectam sem saber que pode ver alguma coisa. (O filme do experimento está em www.scientifiamerican.com/ may2010 / blindsight.) A cegueira de TN é de um tipo extremamente raro, causada por dois acidentes vasculares cerebrais (AVCs) sofridos em 2003. Danificou-se uma área na parte traseira de seu cérebro chamada córtex visual primário, primeiro no hemisfério esquerdo e, cinco semanas depois, no direito. Seus olhos continuam perfeitamente saudáveis, mas, como seu córtex visual não recebe mais os sinais enviados, TN ficou completamente cego. Esse estudo sobre TN circulando no corredor é provavelmente a demonstração mais dramática sobre a visão cega já feita. Outros pacientes que perderam a visão por causa de danos nessa região exibiram casos menos espetaculares, mas igualmente misteriosos, do fenômeno, respondendo a coisas que eles não podiam enxergar conscientemente, desde formas geométricas simples até a imagem complexa do rosto de uma pessoa expressando uma emoção. Cientistas também induziram efeitos similares em pessoas saudáveis, “desligando” temporariamente o córtex visual ou contornando-o de outras formas. A pesquisa atual sobre a visão cega busca entender a gama de habilidades de percepção que possam ser retidas por quem sofre de cegueira cortical e determinar quais regiões do cérebro e caminhos neuronais são responsáveis. O conhecimento obtido diz algo sobre todos nós, porque, mesmo que nunca venhamos a sofrer um dano catastrófico como o de TN, as mesmas funções cerebrais inconscientes que se manifestam nele, como a surpreendente capacidade de ver sem saber, são, certamente, uma parte constante e invisível da nossa própria existência diária. | ||||
FONTE: http://www2.uol.com.br/sciam/ |
sábado, 29 de agosto de 2009
Britânicos defendem uso de árvores artificiais para reduzir carbono
Por US$ 20 mil (R$ 37 mil), uma única árvore artificial poderia remover o CO2 emitido por 20 carros. (Foto: Institution of Mechanical Engineers/London)
Cientistas britânicos afirmam que o método mais prático e barato de reduzir as emissões de dióxido de carbono na atmosfera é o uso de árvores artificiais.
Em um relatório publicado nessa semana pela Instituição Britânica de Engenheiros Mecânicos, os engenheiros afirmam que por US$ 20 mil (R$ 37 mil), uma única árvore artificial poderia remover o CO2 emitido por 20 carros.
A Instituição afirma que outros métodos potenciais, como o uso de espelhos defletores no espaço, são pouco práticos e demasiadamente caros para serem implementados.
Segundo os engenheiros, as árvores artificiais, que medem cerca de 12 metros de altura, ainda são um protótipo, mas quando finalizadas, poderiam ser instaladas ao longo de rodovias ou perto de turbinas de ar no mar.
As árvores trabalham capturando o CO2 do ar através de um filtro. Depois disso, o carbono seria removido e armazenado. O relatório sugere ainda que novas tecnologias para armazenagem de CO2 continuem a ser desenvolvidas em paralelo ao projeto das árvores.
Uma das sugestões dos cientistas é que o CO2 capturado pelas árvores artificiais poderia ser liquefeito e enterrado no subsolo, talvez em antigos poços de petróleo.
"As árvores artificiais já estão no estágio de protótipo e o design já está avançado em termos de automação e dos componentes que serão usados", disse à BBC Tim Fox, principal autor do documento.
De acordo com ele, as árvores podem ser produzidas em massa em pouco tempo.
Opções
A equipe de engenheiros sugeriu ainda outro método para capturar carbono - a instalação do que chamam de "fotobiorreatores de alga" nos prédios.
Segundo os cientistas, os fotobiorreatores seriam recipientes transparentes que contêm algas que poderiam remover o carbono da atmosfera durante a fotossíntese.
O relatório cita ainda um terceiro método, que se concentra na redução da radiação solar pela reflexão da luz do Sol de volta ao espaço. De acordo com o documento, o modo mais fácil de adotar esse método seria instalar telhados refletores nos prédios.
Os engenheiros afirmam que os três métodos sugeridos no relatório foram escolhidos porque são tecnologias de baixo consumo de carbono e não aumentam ainda mais o problema das emissões.
Além disso, eles afirmam ainda que as três opções são práticas e possíveis com o uso da tecnologia já disponível.
Geoengenharia
Apesar disso, o grupo ressalta que os métodos ainda precisam de pesquisas e estudos.
Para isso, o grupo pediu ao governo britânico um investimento de 10 milhões de libras (cerca de R$ 30,5 milhões) que seriam destinados à análise sobre a eficácia, os riscos e os custos dos projetos de geoengenharia.
"Acreditamos que a geoengenharia prática que estamos propondo deva ser adotada e se torne parte de nossa paisagem em cerca de 10 ou 20 anos", disse Fox.
De acordo com ele, porém, a geoengenharia não deve ser vista como única opção para o combate ao aquecimento global.
sexta-feira, 31 de julho de 2009
Cientistas temem que máquinas superem humanos em inteligência
Um dos receios é a exploração criminosa da inteligência artificial.
Grupo debate imposição de limites às pesquisas.
John MarkoffDo ‘New York Times’
Aeronave militar não tripulada empregada na guerra do Afeganistão ainda precisa de controles humanos. (Foto: New York Times)
Um robô capaz de abrir portas e encontrar sozinho tomadas elétricas para se carregar. Vírus de computador implacáveis. Pequenas aeronaves que, apesar de ainda controladas por seres humanos, chegam perto de uma máquina com autonomia para matar.
Impressionado e alarmado pelos avanços na área de inteligência artificial, um grupo de cientistas da computação está debatendo se deve haver limites nas pesquisas que possam levar à perda do controle humano sobre sistemas computacionais cada vez mais usados na sociedade de hoje – de guerras a conversas por telefone com clientes.
A preocupação é que avanços maiores possam criar perturbações sociais profundas, com perigosas consequências.
Como exemplos, os cientistas apontaram uma série de tecnologias bastante diversas – de sistemas médicos experimentais que interagem com pacientes simulando empatia, até vírus de computador implacáveis que poderiam representar o estado "primitivo" da inteligência mecânica.
Os cientistas da computação concordam que há ainda um longo caminho a percorrer até que se chegue a algo parecido com Hal, o hipercomputador que assume a espaçonave no filme "2001: Uma Odisseia no Espaço". No entanto, eles afirmam haver preocupações legítimas de que o progresso tecnológico possa transformar o mercado de trabalho, ao destruir uma ampla variedade de empregos, assim como forçar os homens a aprender a conviver com máquinas que imitam o comportamento humano.
Os pesquisadores – importantes cientistas da computação e pesquisadores sobre inteligência artificial e robótica que se reuniram em Asilomar, em Monterey Bay, Califórnia – descartaram a possibilidade de superinteligências altamente centralizadas e a ideia de que alguma inteligência possa “brotar espontaneamente” da internet. No entanto, eles concordam que robôs com autonomia para matar já existem, ou chegarão num futuro bem próximo.
Eles dedicam atenção especial ao receio de que criminosos possam explorar sistemas de inteligência artificial assim que esses forem desenvolvidos. O que um criminoso faria com um sistema de síntese de voz capaz de imitar uma voz humana? O que acontece se uma tecnologia de inteligência artificial é usada para extrair informações pessoais de smart phones?
Concorrência desleal
Os pesquisadores também discutiram sobre possíveis ameaças a trabalhos humanos, como carros que dirigem sozinhos, assistentes pessoais baseados em software e robôs para executar tarefas domésticas. No mês passado, um robô desenvolvido por Willow Garage, no Vale do Silício, mostrou ser capaz de navegar no mundo real.
Relatório da conferência, realizada a portas fechadas no dia 25 de fevereiro, será lançado até o final deste ano
Um relatório da conferência, realizada a portas fechadas no dia 25 de fevereiro, será lançado até o final deste ano. Alguns participantes discutiram sobre o encontro pela primeira vez com outros cientistas este mês, em entrevistas.
A conferência foi organizada pela Associação para o Avanço da Inteligência Artificial. Ao escolher Asilomar como o local do encontro, o grupo evocou, propositadamente, um evento marcante na história da ciência. Em 1975, os principais biólogos do mundo também se reuniram em Asilomar para discutir a nova capacidade de remodelar a vida, ao intercambiar material genético entre organismos. Preocupados com ameaças biológicas e questões éticas, os cientistas tinham interrompido certos experimentos. A conferência gerou diretrizes para a pesquisa de DNA recombinante, permitindo a continuação de experimentos.
O encontro sobre o futuro da inteligência artificial foi organizado por Eric Horvitz, pesquisador da Microsoft e hoje presidente da associação. Horvitz acredita que cientistas da computação devem responder às ideias frenéticas de máquinas superinteligentes e sistemas de inteligência artificial.
A ideia de uma "explosão de inteligência", na qual máquinas inteligentes projetariam máquinas ainda mais inteligentes, foi proposta pelo matemático I. J. Good, em 1965. Mais tarde, em palestras e livros sobre ficção científica, o cientista da computação Vernor Vinge popularizou a ideia de um momento em que os humanos criariam máquinas mais inteligentes que os homens, causando uma mudança tão rápida que a "era humana acabaria". Ele chamou essa mudança de Singularidade.
Ideia de ‘explosão de inteligência’, na qual máquinas inteligentes projetariam máquinas ainda mais inteligentes, foi proposta pelo matemático I. J. Good, em 1965
Fim da era humana
Essa visão, adotada em filmes e na literatura, é considerada plausível e preocupante por alguns cientistas, como William Joy, co-fundador da Sun Microsystems. Outros especialistas em tecnologia, com destaque para Raymond Kurzweil, enaltecem a chegada de máquinas ultra-inteligentes, afirmando que elas trarão grandes avanços no prolongamento da vida e na geração de riquezas.
Especialistas em tecnologia estão substituindo a religião"
"Algo novo tem ocorrido nos últimos cinco a oito anos", diz Horvitz. "Os especialistas em tecnologia estão substituindo a religião."
A versão de Kurzweil da utopia tecnológica tem capturado mentes no Vale do Silício. Este verão, uma organização chamada de Universidade da Singularidade começou a oferecer cursos para preparar uma equipe capaz de moldar os avanços tecnológicos e ajudar a sociedade a lidar com as consequências.
"Achei que, mais cedo ou mais tarde, teríamos de fazer algum tipo de afirmação ou avaliação, dadas as preocupações das pessoas com o surgimento das máquinas inteligentes", afirma Horvitz.
Perda de controle
O relatório busca avaliar a possibilidade da "perda do controle humano sobre inteligências com base em computadores". O documento também abordará questões socioeconômicas, legais e éticas, assim como prováveis mudanças nas relações homem-máquina. Como seria, por exemplo, se relacionar com uma máquina tão inteligente quanto seu parceiro?
Horvitz diz que o grupo de especialistas busca formas de orientar pesquisas, para que a tecnologia melhore a sociedade, em vez de levá-la a uma catástrofe. Algumas pesquisas podem, por exemplo, ser conduzidas em laboratório de alta segurança.
O encontro sobre inteligência artificial pode ser fundamental para o futuro desse campo científico. Paul Berg, organizador do encontro de Asilomar de 1975 e ganhador de um prêmio Nobel de química, em 1980, acredita ser importante que as comunidades científicas envolvam o grande público antes que as preocupações e a oposição se solidifiquem.
"Se esperarmos muito, os pontos de vista se fortificam, como ocorreu com os alimentos geneticamente modificados. Depois, fica difícil. É um assunto muito complexo."
Tom Mitchell, professor de inteligência artificial e ensino por meio de máquinas da Carnegie Mellon University, afirma que o encontro de fevereiro mudou sua forma de pensar. "Cheguei lá bastante otimista quanto ao futuro da IA. Achava que Bill Joy e Ray Kurzweil tinham ido longe demais em suas previsões", diz. Porém, acrescenta, "o encontro me fez ser mais sincero sobre esses assuntos, especialmente em relação à grande quantidade de dados coletados sobre nossa vida pessoal".
Apesar de suas preocupações, Horvitz diz estar esperançoso de que as pesquisas sobre inteligência artificial venham a beneficiar os seres humanos, e até compensar nossas falhas. Ele demonstrou, recentemente, um sistema de voz projetado por ele. O sistema perguntava a pacientes sobre seus sintomas e respondia com empatia. Quando uma mãe dizia que seu filho estava com diarreia, o rosto na tela dizia: "Ah, que pena!"
Um médico lhe disse, mais tarde, que era maravilhoso o fato de ter um sistema capaz de responder a emoções humanas. Segundo Horvitz, o médico disse: "É uma ideia brilhante. Eu não tenho tempo para fazer isso."
FONTE: http://g1.globo.com/Noticias/Ciencia/0,,MUL1245870-5603,00.html
Um dos receios é a exploração criminosa da inteligência artificial.
Grupo debate imposição de limites às pesquisas.
John MarkoffDo ‘New York Times’
Aeronave militar não tripulada empregada na guerra do Afeganistão ainda precisa de controles humanos. (Foto: New York Times)
Um robô capaz de abrir portas e encontrar sozinho tomadas elétricas para se carregar. Vírus de computador implacáveis. Pequenas aeronaves que, apesar de ainda controladas por seres humanos, chegam perto de uma máquina com autonomia para matar.
Impressionado e alarmado pelos avanços na área de inteligência artificial, um grupo de cientistas da computação está debatendo se deve haver limites nas pesquisas que possam levar à perda do controle humano sobre sistemas computacionais cada vez mais usados na sociedade de hoje – de guerras a conversas por telefone com clientes.
A preocupação é que avanços maiores possam criar perturbações sociais profundas, com perigosas consequências.
Como exemplos, os cientistas apontaram uma série de tecnologias bastante diversas – de sistemas médicos experimentais que interagem com pacientes simulando empatia, até vírus de computador implacáveis que poderiam representar o estado "primitivo" da inteligência mecânica.
Os cientistas da computação concordam que há ainda um longo caminho a percorrer até que se chegue a algo parecido com Hal, o hipercomputador que assume a espaçonave no filme "2001: Uma Odisseia no Espaço". No entanto, eles afirmam haver preocupações legítimas de que o progresso tecnológico possa transformar o mercado de trabalho, ao destruir uma ampla variedade de empregos, assim como forçar os homens a aprender a conviver com máquinas que imitam o comportamento humano.
Os pesquisadores – importantes cientistas da computação e pesquisadores sobre inteligência artificial e robótica que se reuniram em Asilomar, em Monterey Bay, Califórnia – descartaram a possibilidade de superinteligências altamente centralizadas e a ideia de que alguma inteligência possa “brotar espontaneamente” da internet. No entanto, eles concordam que robôs com autonomia para matar já existem, ou chegarão num futuro bem próximo.
Eles dedicam atenção especial ao receio de que criminosos possam explorar sistemas de inteligência artificial assim que esses forem desenvolvidos. O que um criminoso faria com um sistema de síntese de voz capaz de imitar uma voz humana? O que acontece se uma tecnologia de inteligência artificial é usada para extrair informações pessoais de smart phones?
Concorrência desleal
Os pesquisadores também discutiram sobre possíveis ameaças a trabalhos humanos, como carros que dirigem sozinhos, assistentes pessoais baseados em software e robôs para executar tarefas domésticas. No mês passado, um robô desenvolvido por Willow Garage, no Vale do Silício, mostrou ser capaz de navegar no mundo real.
Relatório da conferência, realizada a portas fechadas no dia 25 de fevereiro, será lançado até o final deste ano
Um relatório da conferência, realizada a portas fechadas no dia 25 de fevereiro, será lançado até o final deste ano. Alguns participantes discutiram sobre o encontro pela primeira vez com outros cientistas este mês, em entrevistas.
A conferência foi organizada pela Associação para o Avanço da Inteligência Artificial. Ao escolher Asilomar como o local do encontro, o grupo evocou, propositadamente, um evento marcante na história da ciência. Em 1975, os principais biólogos do mundo também se reuniram em Asilomar para discutir a nova capacidade de remodelar a vida, ao intercambiar material genético entre organismos. Preocupados com ameaças biológicas e questões éticas, os cientistas tinham interrompido certos experimentos. A conferência gerou diretrizes para a pesquisa de DNA recombinante, permitindo a continuação de experimentos.
O encontro sobre o futuro da inteligência artificial foi organizado por Eric Horvitz, pesquisador da Microsoft e hoje presidente da associação. Horvitz acredita que cientistas da computação devem responder às ideias frenéticas de máquinas superinteligentes e sistemas de inteligência artificial.
A ideia de uma "explosão de inteligência", na qual máquinas inteligentes projetariam máquinas ainda mais inteligentes, foi proposta pelo matemático I. J. Good, em 1965. Mais tarde, em palestras e livros sobre ficção científica, o cientista da computação Vernor Vinge popularizou a ideia de um momento em que os humanos criariam máquinas mais inteligentes que os homens, causando uma mudança tão rápida que a "era humana acabaria". Ele chamou essa mudança de Singularidade.
Ideia de ‘explosão de inteligência’, na qual máquinas inteligentes projetariam máquinas ainda mais inteligentes, foi proposta pelo matemático I. J. Good, em 1965
Fim da era humana
Essa visão, adotada em filmes e na literatura, é considerada plausível e preocupante por alguns cientistas, como William Joy, co-fundador da Sun Microsystems. Outros especialistas em tecnologia, com destaque para Raymond Kurzweil, enaltecem a chegada de máquinas ultra-inteligentes, afirmando que elas trarão grandes avanços no prolongamento da vida e na geração de riquezas.
Especialistas em tecnologia estão substituindo a religião"
"Algo novo tem ocorrido nos últimos cinco a oito anos", diz Horvitz. "Os especialistas em tecnologia estão substituindo a religião."
A versão de Kurzweil da utopia tecnológica tem capturado mentes no Vale do Silício. Este verão, uma organização chamada de Universidade da Singularidade começou a oferecer cursos para preparar uma equipe capaz de moldar os avanços tecnológicos e ajudar a sociedade a lidar com as consequências.
"Achei que, mais cedo ou mais tarde, teríamos de fazer algum tipo de afirmação ou avaliação, dadas as preocupações das pessoas com o surgimento das máquinas inteligentes", afirma Horvitz.
Perda de controle
O relatório busca avaliar a possibilidade da "perda do controle humano sobre inteligências com base em computadores". O documento também abordará questões socioeconômicas, legais e éticas, assim como prováveis mudanças nas relações homem-máquina. Como seria, por exemplo, se relacionar com uma máquina tão inteligente quanto seu parceiro?
Horvitz diz que o grupo de especialistas busca formas de orientar pesquisas, para que a tecnologia melhore a sociedade, em vez de levá-la a uma catástrofe. Algumas pesquisas podem, por exemplo, ser conduzidas em laboratório de alta segurança.
O encontro sobre inteligência artificial pode ser fundamental para o futuro desse campo científico. Paul Berg, organizador do encontro de Asilomar de 1975 e ganhador de um prêmio Nobel de química, em 1980, acredita ser importante que as comunidades científicas envolvam o grande público antes que as preocupações e a oposição se solidifiquem.
"Se esperarmos muito, os pontos de vista se fortificam, como ocorreu com os alimentos geneticamente modificados. Depois, fica difícil. É um assunto muito complexo."
Tom Mitchell, professor de inteligência artificial e ensino por meio de máquinas da Carnegie Mellon University, afirma que o encontro de fevereiro mudou sua forma de pensar. "Cheguei lá bastante otimista quanto ao futuro da IA. Achava que Bill Joy e Ray Kurzweil tinham ido longe demais em suas previsões", diz. Porém, acrescenta, "o encontro me fez ser mais sincero sobre esses assuntos, especialmente em relação à grande quantidade de dados coletados sobre nossa vida pessoal".
Apesar de suas preocupações, Horvitz diz estar esperançoso de que as pesquisas sobre inteligência artificial venham a beneficiar os seres humanos, e até compensar nossas falhas. Ele demonstrou, recentemente, um sistema de voz projetado por ele. O sistema perguntava a pacientes sobre seus sintomas e respondia com empatia. Quando uma mãe dizia que seu filho estava com diarreia, o rosto na tela dizia: "Ah, que pena!"
Um médico lhe disse, mais tarde, que era maravilhoso o fato de ter um sistema capaz de responder a emoções humanas. Segundo Horvitz, o médico disse: "É uma ideia brilhante. Eu não tenho tempo para fazer isso."
FONTE: http://g1.globo.com/Noticias/Ciencia/0,,MUL1245870-5603,00.html