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segunda-feira, 28 de outubro de 2013

Físicos propõem que espaço é formado por “átomos de espaço”



Físicos propõem que espaço é formado por
[Imagem: T. Thiemann/FAU Erlangen]

Seria o espaço formado por “átomos de espaço”? É o que propõe uma nova teoria da gravidade quântica, que poderá ser capaz de descrever a evolução do Universo do Big Bang até os nossos dias, tudo em uma única teoria.

Teoria da gravidade quântica

Apesar de todos os avanços recentes, a física de hoje não consegue descrever o que aconteceu no Big Bang.

A teoria quântica e a teoria da relatividade funcionam muito bem dentro de suas próprias fronteiras, mas colapsam nesse estado primordial quase infinitamente denso e quente do Universo.

Em certas regiões extremas – em distâncias extremamente pequenas, na chamada escala de Planck, por exemplo – nenhuma das duas teorias tem qualquer coisa a dizer.

Espaço e tempo, portanto, não têm nenhum significado em buracos negros ou, mais notavelmente, durante o Big Bang.

É por isso que os físicos sonham com uma teoria mais abrangente, uma teoria da gravidade quântica, que unifique estes dois pilares fundamentais da física.

Assim, esperam eles, poderíamos ter uma visão plausível de como o Universo começou.

Unificação da descrição do Universo

Agora, cientistas do Instituto Max Planck de Física Gravitacional (Alemanha) e do Perimeter Institute (Canadá) fizeram uma descoberta importante nesse percurso rumo a uma explicação mais geral do Universo.

De acordo com a nova teoria, o espaço seria composto de pequenos “blocos fundamentais” – assim como a matéria tem nos átomos seus blocos de construção básicos, o espaço também seria formado por algo parecido com “átomos de espaço”.

Tomando essa hipótese como ponto de partida, os cientistas chegaram a uma das equações mais fundamentais da cosmologia, a equação de Friedmann, que descreve o Universo.

Isso mostra que a mecânica quântica e a teoria da relatividade realmente podem ser unificadas, defendem eles.

A equação de Friedmann, que descreve o Universo em expansão, foi derivada pelo matemático russo Alexander Friedmann na década de 1920, com base na Teoria Geral da Relatividade de Einstein.

Átomos de espaço

Assim como um líquido consiste de átomos, Daniele Oriti e seus colegas imaginam o espaço como algo composto de pequenas células ou “átomos de espaço”, o que exige uma nova teoria para descrevê-los: a gravidade quântica.

“Nós podemos descrever o comportamento de um fluxo de água com a teoria clássica há muito conhecida da hidrodinâmica. Mas se avançamos para escalas cada vez menores e, eventualmente, chegamos aos átomos individuais, a hidrodinâmica não se aplica mais. Então precisamos da física quântica,” compara ele.

Na Teoria da Relatividade de Einstein, o espaço é um continuum.

Oriti segmentou esse espaço em pequenas células elementares, e aplicou nelas os princípios da física quântica, como se faz com outras partículas elementares.

Esta é a ideia unificadora, já que a física quântica foi então aplicada não apenas ao espaço descrito pela Relatividade, mas ao “cerne do espaço”, à sua própria “consistência”.

Físicos propõem que espaço é formado por
[Imagem: ESA/SPI Team/ECF]
Algumas teorias sugerem que a natureza quântica do espaço – sua “granularidade” – deve manifestar-se na chamada escala de Planck: a 10-35 metro. 
Escalas dimensionais

Um problema fundamental de todas as abordagens da gravidade quântica consiste em estabelecer uma ponte entre as grandes escalas dimensionais – dos átomos até as dimensões do Universo.

Voltando à ideia dos fluidos: Como pode a hidrodinâmica que vale para a água que flui ser derivada de uma teoria para os átomos?

A tarefa agora consistiu em descrever a forma como o espaço evolui a partir de células elementares – os átomos de espaço.

Esta tarefa matemática desafiadora levou a um resultado que se mostrou um sucesso surpreendente.

“Sob hipóteses especiais, o espaço é criado a partir desses blocos básicos, e evolui como um Universo em expansão,” explica Oriti. “Pela primeira vez, portanto, nós fomos capazes de derivar a equação de Friedmann diretamente, como parte de nossa teoria completa da estrutura do espaço.”

Oriti e seus colegas, então, conseguiram fazer a ponte do micromundo até o mundo macro e, portanto, da mecânica quântica para a Teoria da Relatividade Geral: eles mostraram que o espaço emerge como o condensado dessas células elementares e evolui para um universo que se assemelha ao nosso.

Detalhes

Nesse ponto, é bom lembrar que, em sua conclusão, Oriti começou sua frase com “Sob hipóteses especiais”.

É que a solução é válida para um universo homogêneo.

Mas nosso mundo real é muito mais complexo, contendo “heterogeneidades” tais como galáxias, estrelas, planetas – e seres humanos.

Os físicos agora estão trabalhando para tentar incluir esses “detalhes” em sua teoria dos átomos de espaço.

Bibliografia:
Cosmology from Group Field Theory Formalism for Quantum Gravity
Steffen Gielen, Daniele Oriti, Lorenzo Sindoni
Physical Review Letters
Vol.: 111, 031301
DOI: 10.1103/PhysRevLett.111.031301


quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Neandertal era mais promíscuo do que ser humano moderno, dizem cientistas

 

Com base no comprimento dos dedos de fósseis, antropólogos ingleses deduzem que Neandertais teriam vários parceiros sexuais. Cientistas ainda não sabem quando nem por que hominídeos se tornaram menos promíscuos.

Embora extinto há mais de 30 mil anos, o europeu Homo neanderthalensis continua a fascinar os cientistas. Um novo estudo na Inglaterra sugere que ele teria mais parceiros que o homem moderno.
Os cientistas chegaram a essa conclusão comparando a proporção entre os comprimentos dos diferentes dedos, técnica que permite determinar alguns aspectos comportamentais, incluindo a promiscuidade sexual.
A pesquisadora Emma Nelson, da Universidade de Liverpool, demonstrara em estudos anteriores que níveis elevados de andrógenos no útero materno aumentam o comprimento do dedo anular em relação ao indicador. O baixo quociente de comprimento resultante está relaciona a alta competitividade, agressividade e mais parceiros sexuais; taxas baixas, por sua vez, indicam monogamia.
Reconstituições do Homem de Neandertal, no Museu Renano de Bonn, segundo indícios científicosReconstituições do Homem de Neandertal, no Museu Renano de Bonn, segundo indícios científicos
Comparação entre quatro espécies
Em estudo publicado recentemente num jornal britânico, cientistas compararam as proporções entre os dedos indicador e anular de várias espécies de hominídeos extintos.
Entre eles o Ardipithecus ramidus, que viveu 4,4 milhões de anos atrás; o Australopithecus afarensis, há cerca de 3 a 4 milhões; o Homo neanderthalensis, desaparecido há 28 mil anos; e os primeiros Homo sapiens, que viveram há cerca de 95 mil anos.
"Crê-se que os andrógenos pré-natais afetem os genes responsáveis pelo desenvolvimento dos dedos das mãos e dos pés, assim como do sistema reprodutivo," diz Nelson."Mostramos recentemente que nas espécies promíscuas de primatas a razão aritmética entre o comprimento do dedo indicador e o do anelar é baixa, e nos monógamos, alta. Usamos esses dados para avaliar o comportamento social de espécies extintas de macacos e hominídeos. Embora o volume de fósseis desse período seja restrito, e mais deles fossem necessários para confirmar as descobertas, esse processo poderia ser uma nova e interessante maneira de entender como o nosso comportamento social evoluiu."
O estudo mostra que os humanos modernos têm um quociente de 0,957 entre o indicador e o anular, e são, em geral, uma espécie mais monogâmica, enquanto nos chimpanzés, gorilas e orangotangos a proporção média é de 0,91, sendo essas espécies mais promíscuas.
Pesquisadores também constataram que o fóssil de um Homo sapiens datando aproximadamente 95 mil anos, encontrado em uma caverna em Israel, tinha a proporção de 0,935, sendo, em princípio, mais promíscuo do que os humanos atuais. Por sua vez, os Neandertais apresentavam, em média, um quociente indicador-anular de 0,928. Emma Nelson comentou que sua equipe gostaria de provar seus estudos por outros meios.
Dedos anulares mais compridos indicam comportamento sexual promíscuo, afirma estudoDedos anulares mais compridos indicam comportamento sexual promíscuo, afirma estudo
Uma pesquisa mais profunda seria necessária
Os antropólogos ainda não chegara a uma conclusão sobre quando e por que os humanos e seus ancestrais começaram a migrar de um sistema de acasalamento mais promiscuo para um mais monogâmico, já que o primeiro teria a vantagem evolutiva de propagar os genes com maior rapidez e de maneira mais efetiva. Certo está que a relação de casal, no sentido amplo, é universal para os humanos.
Nem todos os cientistas concordam com essas deduções. Em entrevista para site norte-americano de notícias MSNBC.com, um outro antropólogo declarou que a correlação com o quociente indicador-anular não é boa base para prever comportamentos sociais.
"Além de usar um mau indicador, esse estudo tem outro problema, muito comum no trabalho com fósseis: sua quantidade é muito pequena, e não está muito claro qual primata vivo deveríamos comparar com eles", afirma John Hawks, professor de Antropologia da Universidade de Wisconsin, Madison.
Autor: Cyrus Farivar (mas)
Revisão: Augusto Valente


quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Cientista cria máquina que permite experimentar comida virtual '


máquina de comida virtualEstudante japonês testa máquina que muda cor e o sabor dos alimentos virtualmente. Chamada de 'MetaCookie+', ela foi criada pelo professor Michitaka Hirose. Quando o usuário come um biscoito, o aparelho capta a imagem e muda a cor do alimento e o cheiro, dando a sensação de que o usuário está ingerindo um biscoito de outro sabor. O objetivo da invenção é permitir que as pessoas possam provar diferentes sabores dos alimentos sem a necessidade de tê-los em casa. (Foto: Yoshikazu Tsuno/AFP)

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Tabu da virgindade feminina veio com a agricultura, diz cientista

 por: RICARDO MIOTO

 Foi há 10 mil anos que o hímen se tornou importante.
Essa é a conclusão de Peter Stearns, grande especialista em história sexual da Universidade George Mason (EUA).
Seu livro "História da Sexualidade", recém-lançado no Brasil pela editora Contexto, compara a vida típica de tribos nômades que vivem de caça e coleta com a das primeiras sociedades humanas pós-agricultura.
É inevitável, diz, perguntar: por que, de repente, a sexualidade feminina passou a ser vigiada e elas muitas vezes perderam até a chance de escolher seus parceiros?
Era diferente entre quem não plantava. "Grupos caçadores-coletores tinham fascínio pela sexualidade. A bissexualidade era comum."
Houve a mudança porque, com a possibilidade de acumular patrimônio (caçadores não juntam excedente nem terras), filhas viraram moeda de troca entre famílias. Surgiu a herança e o dote.
Com a residência fixa e as famílias agrupadas, ficou fácil, especialmente para pais, supervisionar os outros.
Era importante zelar para que as filhas não engravidassem de gente indesejada -e para que os filhos também não engravidassem qualquer uma, mas sem testes de DNA esse problema era menor.
AMOR SÉRIO
Ainda que restritivas, civilizações antigas tratavam de sexo com naturalidade. Um mito egípcio dizia que o deus Atum se masturbava na água e acabou ejaculando o Nilo.
Isso prosseguiu com as sociedades clássicas. A Grécia foi muito tolerante com homossexuais. Rapazes eram "tutorados" por homens mais velhos na sexualidade.
"Platão disse ser mais provável que o amor sério surgisse entre homens, pois podia envolver uma mistura de sexo e interessante conversação intelectual", diz Stearns.
Isso mostra que mulheres ainda eram reprimidas -ainda que os romanos valorizassem seu prazer, por exemplo.
Com a ascensão do cristianismo, porém, a maneira de lidar com o sexo endureceu. Na Idade Média, as cidades diminuem -e, em geral, quanto mais urbano um povo, mais liberal sexualmente.
Se religiões clássicas contavam aventuras sexuais dos deuses, Jesus nasceu de uma virgem. O sexo se aproxima do pecado. A homossexualidade cai na clandestinidade.
CIDADES PROMÍSCUAS
Com a Idade Média acabando, aos poucos as cidades voltaram a crescer. A industrialização, a partir do século 18, acelerou o processo.
Com o trabalho urbano, herdar terras deixa de ser vital. "Se o pai não podia assegurar herança, havia menos motivos para que os filhos aceitassem plenamente sua autoridade", diz Stearns. O anonimato das cidade grandes também oferece menor controle sobre a vida alheia.
Países da Europa, EUA e Brasil só viraram majoritariamente urbanos no século 20. O sexo acompanhou e dominou a cultura, seja em Hollywood ou nas revistas, e a virgindade perdeu espaço.
A homossexualidade passou a ser vista com mais naturalidade, e países como a Espanha legalizaram o casamento gay recentemente.
Com métodos anticoncepcionais eficientes, o sexo pelo prazer disparou. As mulheres no mercado de trabalho se tornam menos dependentes das ordens paternas.
É um processo que ainda está acontecendo. Ainda hoje, por exemplo, metade do mundo vive em áreas rurais.
"Não sabemos se o mundo todo vai se industrializar. É difícil dizer que o padrão moderno de sexualidade triunfará, apesar de ser tentador dizer que no futuro teremos ainda mais aceitação do sexo pelo prazer", diz Stearns. 
 FONTE: http://www1.folha.uol.com.br/ciencia/797623-tabu-da-virgindade-feminina-veio-com-a-agricultura-diz-cientista.shtml

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Nasa descobre evidência de vida em Titã, lua de Saturno







Pesquisadores basearam-se em estudos da missão que estuda o planeta. Organismos  vivos poderiam estar se alimentando de hidrogênio e acetileno.


acreditam ter descoberto evidências de que  espécies primitivas de seres vivos poderiam estar morando em uma das  luas do planeta. Isso porque a missão analisou a composição química na  superfício da Titan, a única lua de Saturno com uma atmosfera densa,  segundo especialistas. A conclusão partiu do questionamento sobre a variação na quantidade de  hidrogênio e acetileno em Titan, que poderiam estar sendo consumidos por  organismos vivos. Um dos estudos mostrou que moléculas de hidrogênio da  atmosfera da lua estavam sumindo quando chegavam à superfície.

Outra pesquisa mapeou os focos de hidrocarbonetos na região e descobriu  "buracos" na quantidade de acetileno. Segundo os cientistas, as  substâncias serviriam de alimento.


De acordo com os pesquisadores, se a hipótese for confirmada, ela  representaria uma segunda forma de vida no universo, independente da  ingestão de água, como é na Terra. A partir de análises de lagos  observados na lua de Saturno, os cientistas concluíram que pelo menos um  deles contém hidrocarboneto na forma líquida. O resultado tornaria  Titan o único local no sistema solar, além da Terra, a ter líquido em  sua superfície, dizem os pesquisadores.


 FONTE:http://g1.globo.com/ciencia-e-saude/noticia/2010/06/cientistas-da-nasa-descobrem-possiblidade-de-vida-em-saturno.html

Cientistas descobrem marcadores genéticos de longevidade






Cientistas americanos e europeus descobriram marcadores genéticos que  poderiam explicar por que algumas pessoas conseguem viver mais de cem  anos.




Paola Sebastiani, do Departamento de Bioestatística da Escola de Saúde  Pública em Boston, e colegas estudaram os genomas de 1.055 pessoas com  idades maiores ou iguais a cem anos e 1.267 pessoas no grupo controle.  Os cientistas identificaram marcadores genéticos bastante diferentes  entre os dois grupos.




"Cremos que a velhice saudável reflita a influência conjunta de fatores  ambientais, incluindo escolhas sobre o estilo de vida, e fatores  genéticos", afirmam no artigo.




Entre os componentes do estilo de vida identificados estão exercícios  físicos e consumo de cigarros. Fatores genéticos, porém, também são  importantes uma vez que pessoas longevas são mais comuns em famílias com  precedentes.




O novo estudo, publicado na revista "Science", quantifica a contribuição  da genética. Os cientistas desenvolveram um modelo que calcula a  probabilidade de que uma pessoa chegue a uma certa idade baseada em 150  marcadores genéticos.




A expectativa de vida em países desenvolvidos é de 80 a 85 anos. Com  base no modelo, o grupo prognosticou, com 77% de acerto, se uma pessoa  irá viver até os 100 anos de idade.




As descobertas, realizadas por pesquisadores da Universidade de Boston e  do Instituto de Tecnologia Biomédica da Itália, abrem caminho para que  pessoas saibam no futuro se têm o potencial para viver muito.




Estudos futuros com esses marcadores também poderiam lançar luz sobre  padrões específicos de envelhecimento saudável e poderiam ser úteis no  desenvolvimento de tratamentos médicos especializados.






FONTE: http://www1.folha.uol.com.br/ciencia/760307-cientistas-descobrem-marcadores-geneticos-de-longevidade.shtml


Cientistas se aproximam da 'partícula divina'



 

Cientistas que trabalham com aceleradores de partículas na Europa e nos Estados Unidos disseram nesta segunda-feira que podem estar se aproximando do misterioso Bóson de Higgs, a "partícula divina" que supostamente foi crucial para a formação do cosmos após o Big Bang.




Pesquisadores do Grande Colisor de Hádrons (LHC), gigantesca máquina científica perto de Genebra, na Suíça, disseram que em apenas três meses de experiências já conseguiram detectar todas as principais partículas envolvidas no nosso atual entendimento da física, o chamado Modelo Padrão.




Rolf Heuer, diretor-geral do Centro Europeu de Pesquisa Nuclear (Cern), responsável pelo LHC, disse na Conferência Internacional sobre a Física de Alta Energia, em Paris, que as experiências transcorrem mais rapidamente do que se esperava, entrando num estágio em que uma "nova física" irá surgir.




Isso pode incluir a aguardada prova da existência do Bóson de Higgs e a detecção da matéria escura, que supostamente constitui um quarto do universo, junto aos 5 por cento observáveis e 70 por cento de energia escura invisível.




"Este é um universo escuro, e espero que o LHC ... lance pela primeira vez luz sobre esse universo escuro", disse Heuer. "Isso vai demorar."




O LHC é um túnel circular de 27 quilômetros que cria pequenos Big Bangs ao provocar a colisão de partículas. Na atual etapa, as colisões ocorrem a cerca de metade do seu máximo nível energético -- 7 tera-elétron-volts (TeV).




A máquina deve chegar perto dos 14 TeV a partir de 2013, aproximando-se das condições do Big Bang, a grande explosão que criou o universo, 13,7 bilhões de anos atrás.




Cientistas de um projeto mais antigo e com menos energia, o acelerador de partículas Tevatron, perto de Chicago, disseram na conferência que reduziram o intervalo de massa possível para o Bóson de Higgs em cerca de um quarto, com uma confiabilidade de 95 por cento.




Mas eles ainda não são capazes de alcançar a região de baixa massa onde muita gente crê que o Bóson de Higgs "vive." Trata-se de uma partícula energética teórica, que muitos cientistas acreditam que ajudou a conferir massa para a matéria disparatada lançada pelo Big Bang.




Apresentando resultados do LHC, um projeto de 10 bilhões de dólares, os cientistas disseram que aparentemente detectaram pela primeira vez na Europa o Top Quark, uma enorme e efêmera partícula antes só identificada nos Estados Unidos.




"De agora em diante, estamos em um novo território", disse Oliver Buchmueller, pesquisador graduado do Cern. "O que vamos fazer é efetivamente voltar no tempo. Quanto mais elevarmos a energia, mais perto chegamos do que estava acontecendo no Big Bang."




FONTE:  http://br.noticias.yahoo.com/s/reuters/mundo_ciencia_particulas_fisicas

segunda-feira, 7 de junho de 2010

A estranha visão dos cegos


por Beatrice de Gelder O vídeo que meus colegas e eu gravamos é incrível. Um homem cego caminha por um longo corredor repleto de caixas, cadeiras e artigos de escritório espalhados. Conhecido no mundo médico como TN, ele não sabe que os obstáculos estão lá, mas mesmo assim se desvia de todos, esgueirando-se cuidadosamente entre uma lixeira e a parede aqui, circundando um tripé de câmera ali; tudo isso sem se dar conta de que fez manobras especiais. TN pode não enxergar, mas ele tem a visão cega – a notável capacidade de responder ao que seus olhos detectam sem saber que pode ver alguma coisa. (O filme do experimento está em www.scientifiamerican.com/ may2010 / blindsight.)

A cegueira de TN é de um tipo extremamente raro, causada por dois acidentes vasculares cerebrais (AVCs) sofridos em 2003. Danificou-se uma área na parte traseira de seu cérebro chamada córtex visual primário, primeiro no hemisfério esquerdo e, cinco semanas depois, no direito. Seus olhos continuam perfeitamente saudáveis, mas, como seu córtex visual não recebe mais os sinais enviados, TN ficou completamente cego.

Esse estudo sobre TN circulando no corredor é provavelmente a demonstração mais dramática sobre a visão cega já feita. Outros pacientes que perderam a visão por causa de danos nessa região exibiram casos menos espetaculares, mas igualmente misteriosos, do fenômeno, respondendo a coisas que eles não podiam enxergar conscientemente, desde formas geométricas simples até a imagem complexa do rosto de uma pessoa expressando uma emoção. Cientistas também induziram efeitos similares em pessoas saudáveis, “desligando” temporariamente o córtex visual ou contornando-o de outras formas.

A pesquisa atual sobre a visão cega busca entender a gama de habilidades de percepção que possam ser retidas por quem sofre de cegueira cortical e determinar quais regiões do cérebro e caminhos neuronais são responsáveis. O conhecimento obtido diz algo sobre todos nós, porque, mesmo que nunca venhamos a sofrer um dano catastrófico como o de TN, as mesmas funções cerebrais inconscientes que se manifestam nele, como a surpreendente capacidade de ver sem saber, são, certamente, uma parte constante e invisível da nossa própria existência diária.



FONTE: http://www2.uol.com.br/sciam/

sábado, 29 de agosto de 2009

Britânicos defendem uso de árvores artificiais para reduzir carbono


Relatório de instituição de engenharia sugere que é o método mais prático e barato de remover CO2.
 


Por US$ 20 mil (R$ 37 mil), uma única árvore artificial poderia remover o CO2 emitido por 20 carros. (Foto: Institution of Mechanical Engineers/London)




Cientistas britânicos afirmam que o método mais prático e barato de reduzir as emissões de dióxido de carbono na atmosfera é o uso de árvores artificiais.


Em um relatório publicado nessa semana pela Instituição Britânica de Engenheiros Mecânicos, os engenheiros afirmam que por US$ 20 mil (R$ 37 mil), uma única árvore artificial poderia remover o CO2 emitido por 20 carros.


A Instituição afirma que outros métodos potenciais, como o uso de espelhos defletores no espaço, são pouco práticos e demasiadamente caros para serem implementados.


Segundo os engenheiros, as árvores artificiais, que medem cerca de 12 metros de altura, ainda são um protótipo, mas quando finalizadas, poderiam ser instaladas ao longo de rodovias ou perto de turbinas de ar no mar.


As árvores trabalham capturando o CO2 do ar através de um filtro. Depois disso, o carbono seria removido e armazenado. O relatório sugere ainda que novas tecnologias para armazenagem de CO2 continuem a ser desenvolvidas em paralelo ao projeto das árvores.


Uma das sugestões dos cientistas é que o CO2 capturado pelas árvores artificiais poderia ser liquefeito e enterrado no subsolo, talvez em antigos poços de petróleo.


"As árvores artificiais já estão no estágio de protótipo e o design já está avançado em termos de automação e dos componentes que serão usados", disse à BBC Tim Fox, principal autor do documento.


De acordo com ele, as árvores podem ser produzidas em massa em pouco tempo.


Opções

A equipe de engenheiros sugeriu ainda outro método para capturar carbono - a instalação do que chamam de "fotobiorreatores de alga" nos prédios.


Segundo os cientistas, os fotobiorreatores seriam recipientes transparentes que contêm algas que poderiam remover o carbono da atmosfera durante a fotossíntese.


O relatório cita ainda um terceiro método, que se concentra na redução da radiação solar pela reflexão da luz do Sol de volta ao espaço. De acordo com o documento, o modo mais fácil de adotar esse método seria instalar telhados refletores nos prédios.


Os engenheiros afirmam que os três métodos sugeridos no relatório foram escolhidos porque são tecnologias de baixo consumo de carbono e não aumentam ainda mais o problema das emissões.


Além disso, eles afirmam ainda que as três opções são práticas e possíveis com o uso da tecnologia já disponível.


Geoengenharia

Apesar disso, o grupo ressalta que os métodos ainda precisam de pesquisas e estudos.


Para isso, o grupo pediu ao governo britânico um investimento de 10 milhões de libras (cerca de R$ 30,5 milhões) que seriam destinados à análise sobre a eficácia, os riscos e os custos dos projetos de geoengenharia.


"Acreditamos que a geoengenharia prática que estamos propondo deva ser adotada e se torne parte de nossa paisagem em cerca de 10 ou 20 anos", disse Fox.


De acordo com ele, porém, a geoengenharia não deve ser vista como única opção para o combate ao aquecimento global.



FONTE: http://g1.globo.com/Noticias/Ciencia/0,,MUL1282169-5603,00.html

sexta-feira, 31 de julho de 2009

Cientistas temem que máquinas superem humanos em inteligência

Um dos receios é a exploração criminosa da inteligência artificial.

Grupo debate imposição de limites às pesquisas.

John MarkoffDo ‘New York Times’




Foto: New York Times

Aeronave militar não tripulada empregada na guerra do Afeganistão ainda precisa de controles humanos. (Foto: New York Times)

Um robô capaz de abrir portas e encontrar sozinho tomadas elétricas para se carregar. Vírus de computador implacáveis. Pequenas aeronaves que, apesar de ainda controladas por seres humanos, chegam perto de uma máquina com autonomia para matar.

Impressionado e alarmado pelos avanços na área de inteligência artificial, um grupo de cientistas da computação está debatendo se deve haver limites nas pesquisas que possam levar à perda do controle humano sobre sistemas computacionais cada vez mais usados na sociedade de hoje – de guerras a conversas por telefone com clientes.

A preocupação é que avanços maiores possam criar perturbações sociais profundas, com perigosas consequências.

Como exemplos, os cientistas apontaram uma série de tecnologias bastante diversas – de sistemas médicos experimentais que interagem com pacientes simulando empatia, até vírus de computador implacáveis que poderiam representar o estado "primitivo" da inteligência mecânica.

Ampliar FotoFoto: New York Times

Robô se liga, sozinho, na tomada, quando precisa de recarga. (Foto: New York Times)

Os cientistas da computação concordam que há ainda um longo caminho a percorrer até que se chegue a algo parecido com Hal, o hipercomputador que assume a espaçonave no filme "2001: Uma Odisseia no Espaço". No entanto, eles afirmam haver preocupações legítimas de que o progresso tecnológico possa transformar o mercado de trabalho, ao destruir uma ampla variedade de empregos, assim como forçar os homens a aprender a conviver com máquinas que imitam o comportamento humano.

Os pesquisadores – importantes cientistas da computação e pesquisadores sobre inteligência artificial e robótica que se reuniram em Asilomar, em Monterey Bay, Califórnia – descartaram a possibilidade de superinteligências altamente centralizadas e a ideia de que alguma inteligência possa “brotar espontaneamente” da internet. No entanto, eles concordam que robôs com autonomia para matar já existem, ou chegarão num futuro bem próximo.

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Eles dedicam atenção especial ao receio de que criminosos possam explorar sistemas de inteligência artificial assim que esses forem desenvolvidos. O que um criminoso faria com um sistema de síntese de voz capaz de imitar uma voz humana? O que acontece se uma tecnologia de inteligência artificial é usada para extrair informações pessoais de smart phones?

Concorrência desleal
Os pesquisadores também discutiram sobre possíveis ameaças a trabalhos humanos, como carros que dirigem sozinhos, assistentes pessoais baseados em software e robôs para executar tarefas domésticas. No mês passado, um robô desenvolvido por Willow Garage, no Vale do Silício, mostrou ser capaz de navegar no mundo real.


Relatório da conferência, realizada a portas fechadas no dia 25 de fevereiro, será lançado até o final deste ano

Um relatório da conferência, realizada a portas fechadas no dia 25 de fevereiro, será lançado até o final deste ano. Alguns participantes discutiram sobre o encontro pela primeira vez com outros cientistas este mês, em entrevistas.

A conferência foi organizada pela Associação para o Avanço da Inteligência Artificial. Ao escolher Asilomar como o local do encontro, o grupo evocou, propositadamente, um evento marcante na história da ciência. Em 1975, os principais biólogos do mundo também se reuniram em Asilomar para discutir a nova capacidade de remodelar a vida, ao intercambiar material genético entre organismos. Preocupados com ameaças biológicas e questões éticas, os cientistas tinham interrompido certos experimentos. A conferência gerou diretrizes para a pesquisa de DNA recombinante, permitindo a continuação de experimentos.

O encontro sobre o futuro da inteligência artificial foi organizado por Eric Horvitz, pesquisador da Microsoft e hoje presidente da associação. Horvitz acredita que cientistas da computação devem responder às ideias frenéticas de máquinas superinteligentes e sistemas de inteligência artificial.


A ideia de uma "explosão de inteligência", na qual máquinas inteligentes projetariam máquinas ainda mais inteligentes, foi proposta pelo matemático I. J. Good, em 1965. Mais tarde, em palestras e livros sobre ficção científica, o cientista da computação Vernor Vinge popularizou a ideia de um momento em que os humanos criariam máquinas mais inteligentes que os homens, causando uma mudança tão rápida que a "era humana acabaria". Ele chamou essa mudança de Singularidade.


Ideia de ‘explosão de inteligência’, na qual máquinas inteligentes projetariam máquinas ainda mais inteligentes, foi proposta pelo matemático I. J. Good, em 1965

Fim da era humana

Essa visão, adotada em filmes e na literatura, é considerada plausível e preocupante por alguns cientistas, como William Joy, co-fundador da Sun Microsystems. Outros especialistas em tecnologia, com destaque para Raymond Kurzweil, enaltecem a chegada de máquinas ultra-inteligentes, afirmando que elas trarão grandes avanços no prolongamento da vida e na geração de riquezas.

  • Aspas

    Especialistas em tecnologia estão substituindo a religião"

"Algo novo tem ocorrido nos últimos cinco a oito anos", diz Horvitz. "Os especialistas em tecnologia estão substituindo a religião."

A versão de Kurzweil da utopia tecnológica tem capturado mentes no Vale do Silício. Este verão, uma organização chamada de Universidade da Singularidade começou a oferecer cursos para preparar uma equipe capaz de moldar os avanços tecnológicos e ajudar a sociedade a lidar com as consequências.

"Achei que, mais cedo ou mais tarde, teríamos de fazer algum tipo de afirmação ou avaliação, dadas as preocupações das pessoas com o surgimento das máquinas inteligentes", afirma Horvitz.

Perda de controle
O relatório busca avaliar a possibilidade da "perda do controle humano sobre inteligências com base em computadores". O documento também abordará questões socioeconômicas, legais e éticas, assim como prováveis mudanças nas relações homem-máquina. Como seria, por exemplo, se relacionar com uma máquina tão inteligente quanto seu parceiro?

Horvitz diz que o grupo de especialistas busca formas de orientar pesquisas, para que a tecnologia melhore a sociedade, em vez de levá-la a uma catástrofe. Algumas pesquisas podem, por exemplo, ser conduzidas em laboratório de alta segurança.

O encontro sobre inteligência artificial pode ser fundamental para o futuro desse campo científico. Paul Berg, organizador do encontro de Asilomar de 1975 e ganhador de um prêmio Nobel de química, em 1980, acredita ser importante que as comunidades científicas envolvam o grande público antes que as preocupações e a oposição se solidifiquem.

"Se esperarmos muito, os pontos de vista se fortificam, como ocorreu com os alimentos geneticamente modificados. Depois, fica difícil. É um assunto muito complexo."

Tom Mitchell, professor de inteligência artificial e ensino por meio de máquinas da Carnegie Mellon University, afirma que o encontro de fevereiro mudou sua forma de pensar. "Cheguei lá bastante otimista quanto ao futuro da IA. Achava que Bill Joy e Ray Kurzweil tinham ido longe demais em suas previsões", diz. Porém, acrescenta, "o encontro me fez ser mais sincero sobre esses assuntos, especialmente em relação à grande quantidade de dados coletados sobre nossa vida pessoal".

Apesar de suas preocupações, Horvitz diz estar esperançoso de que as pesquisas sobre inteligência artificial venham a beneficiar os seres humanos, e até compensar nossas falhas. Ele demonstrou, recentemente, um sistema de voz projetado por ele. O sistema perguntava a pacientes sobre seus sintomas e respondia com empatia. Quando uma mãe dizia que seu filho estava com diarreia, o rosto na tela dizia: "Ah, que pena!"

Um médico lhe disse, mais tarde, que era maravilhoso o fato de ter um sistema capaz de responder a emoções humanas. Segundo Horvitz, o médico disse: "É uma ideia brilhante. Eu não tenho tempo para fazer isso."


FONTE: http://g1.globo.com/Noticias/Ciencia/0,,MUL1245870-5603,00.html